20 de mai. de 2016

Literatura de cordel é tema de livro de pesquisador sorocabano




A influência da literatura de cordel na comunicação de massa e em outras manifestações culturais brasileiras, como o Carnaval, é investigada com profundidade no livro Cordel, fantasia e poesia - uma viagem mestiço-midiática no desfile do Salgueiro (Editorial Paco), que será lançado amanhã pelo professor e pesquisador sorocabano Anderson Fávero Rodrigues. A noite de autógrafos ocorre às 19h, na Livraria Nobel (avenida Barão de Tatuí, 867).O exemplar será vendido a R$ 27,90.

Resultado da dissertação de mestrado em Comunicação e Cultura pela Universidade de Sorocaba (Uniso), defendida em 2013 e orientada pela professora Miriam Cristina Carlos Silva, a obra aborda a origem e a história do cordel, os aspectos informativo e estético das narrativas e analisa como a televisão, por meio da telenovela Cordel encantado (2011), e o desfile da escola de samba Salgueiro, no Carnaval carioca de 2012, contribuíram com a "revivescência" deste gênero literário típico da região Nordeste. "O livro mostra como a literatura de cordel influenciou e foi influenciada nos últimos anos, sob um conceito teórico de mestiçagem entre arte, cultura e comunicação. Essa exposição do cordel ao grande público fez com que o gênero literário deixasse de ficar restrito a pequenos nichos de leitores", detalha.

Professor universitário na Faculdade Esamc Sorocaba, Anderson assinala que a obra visa preencher uma lacuna ainda existente na produção acadêmica sobre cordel. "Embora a literatura de cordel tenha ganhado reconhecimento nos ambientes acadêmicos, ainda não há uma produção tão vasta sobre o tema", assinala.

Segundo o autor, o livro é voltado a estudantes e pesquisadores da comunicação, da literatura e das manifestações culturais de cunho popular. Antes da sessão de autógrafos, Rodrigues conduzirá um bate-papo com o público interessado.

Embora reconheça a existência de uma corrente de pesquisadores que defende que a literatura de cordel tenha origem portuguesa, a partir das narrativas orais, Anderson acredita que a produção de narrativas em folhetos, expostos em varais ou cordões, é uma feito "genuinamente brasileiro". "O que existem são similaridades na estrutura, poetizada e ritmada, do cordel com outros tipos de publicação europeia, mas acredito que o cordel é uma literatura genuinamente nossa", defende. 

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