Agência BOM DIA
26/06/2010
A autora do livro “A Pele Palpável da Palavra”, a professora Míriam Cristina Carlos Silva
A professora e doutora em comunicação e semiótica, Míriam Cristina Carlos Silva, lança neste sábado, a partir das 16h, o livro “A Pele Palpável da Palavra”. O lançamento ocorre no Chalé Francês, na avenida Doutor Afonso Vergueiro, em frente à antiga Estação Ferroviária de Sorocaba e ao lado do Museu Ferroviário.
O livro é resultado da pesquisa que a autora desenvolveu para sua dissertação de mestrado e trata da comunicação erótica presente na obra “Memórias Sentimentais de João Miramar”, de Oswald de Andrade.
O que faz com que Oswald de Andrade seja um autor contemporâneo?
Míriam Cristina Carlos -Décio Pignatari disse que Oswald, moderno, foi pós-moderno e por isso, eterno. O que é contemporâneo nele é a poesia, atemporal. E a poesia é o erotismo da palavra, mote deste trabalho.
O mundo acadêmico sofre críticas por seu encastelamento... Qual é a saída?
Míriam -A saída é educar a população. É dar acesso ao conhecimento. É permitir a experiência deliciosa da pesquisa. Não há possibilidade de se matar a fome de conhecimento sem as necessidades básicas solucionadas. Enquanto houver ausência de Estado, de igualdades, de educação, de direitos e de seriedade/profundidade na imprensa e nos meios de comunicação, que hoje são os principais formadores da população, como exigir que se credite valor à academia?
O livro digital é uma ameaça à pele palpável da palavra. O livro perderia seu caráter “erótico”?
Míriam - O livro digital não é uma ameaça. Ele é um meio a mais. Os meios coexistem, isto já está historicamente provado. O que eterniza um trabalho é a qualidade de sua linguagem, não o suporte que sustenta este trabalho.
Por que resolveu fazer o lançamento no Chalé Francês? Como vê o surgimento de novos espaços culturais na cidade?
Míriam - Porque é lindo, porque tem tudo a ver com Oswald de Andrade, porque inaugurando o Chalé desbravo espaço para outros artistas e outros eventos. Todo e qualquer espaço é um espaço de arte e cultura. O que falta é, sobretudo, iniciativa de se apropriar dos espaços.
O que deve ser feito para que Sorocaba desenvolva mais seu potencial literário?
Míriam - Apoios como prêmios ajudam. Também oficinas e cursos específicos. Pontes maiores entre as faculdades de letras e a comunidade. Incentivo à escrita e à leitura desde o ensino básico (isto é política pública de educação). A Academia Sorocabana de Letras vem incrementando um trabalho fundamental para a formação crítica do público. Isto é fundamental. Assim como a Grande Otelo...
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