Inscrição: http://www.cineamazonia.com/
Data: 16, 17 e 18 de novembro de 2011 8:00 as 12:00 / 14:00 as 18:0 As inscrições são gratuitas. OFICINEIROS: Miriam Cris Carlos e Werinton Kermes: PERFIL DO OFICINEIRO Miriam Cris Carlos é Doutora em Comunicação e Semiótica, especialista em Teoria da Literatura e graduada em Letras. Professora pesquisadora do Mestrado em Comunicação e Cultura da Universidade de Sorocaba, Uniso. Roteirista e documentarista.Publicou, pela Sulina, “Comunicação e Cultura Antropofágicas” e, pela Provocare Editora e Eduniso, “A pele palpável da palavra” e “Arteiras Sorocabanas”.Realiza pós doutorado em Comunicação pela PUCRGS, em Porto Alegre, sobre Narrativas Mediáticas. Plataforma Lattes: https://wwws.cnpq.br/curriculoweb/pkg_menu.menu?f_cod=BEACB5B7BB97BABBCAE8492D5461A094 micriscarlos.blogspot.com Werinton Kermes, fotógrafo, jornalista, documentarista e produtor cultural. Foi secretário da Cultura da cidade de Votorantim até novembro de 2009 (por oito anos). Diretor do projeto Provocare, do Cruzeiro Educação e da TVV Votorantim – SP. Recebeu inúmeras premiações, entre elas o prêmio de melhor videodocumentário no Festival de Gramado por “João do Vale, muita gente desconhece” e “Povo marcado”. Atualmente finaliza o documentário “Clementina cadê você”, que retrata a vida e a obra da cantora brasileira Clementina de Jesus. Publicou pela Provocare Editora o livro Política e Ação Cultural, por uma Gestão das Culturas e também é autor de“Nossa arte à meia-luz”. werintonkermes.blogspot.com EMENTA/JUSTIFICATIVA Somos hiperbolicamente visuais. Há um excesso de imagens que, cotidianamente, nos cerca, fazendo-nos abandonar sentidos primordiais como o olfato e o tato. As relações estabelecidas por meio da comunicação primária (um corpo em diálogo com outro corpo) são pautadas pela imagem. E nesse excesso de visualidade que nos cerca, vamos tornando-nos cegos. Nossa deficiência visual não é física, trata-se de uma deficiência mais subjetiva;estamos cegos pelo excesso de imagens, que gritam para nos comunicar algo, ou seja, não damos conta da carga de informações a que somos submetidos e acabamos nos acostumando a passar os olhos pelo mundo sem enxergar, realmente, bem como ouvimos sem escutar. Mecanismo de defesa, já que estamos saturados de imagens, sobretudo, imagens, estas, na maioria das vezes, desagradáveis. Não ver pressupõe não agir, não se preocupar, não questionar. Estamos diante de não-lugares (Auge, Bauman, Certeau). Cada vez mais os ambientes são provisórios, efêmeros, corredores por onde os fluxos humanos circulam em multidões de indivíduos solitários, sem comprometimento uns com os outros. Para desestruturar esta “crise da visibilidade”, apontada por Norval Baitello Júnior, via Dietmar Kamper, cabe a tarefa de encontrar os outros sentidos e render o olhar do excesso imagético que nos fez cegos sem deficiência visual. Resta encontrar novamente a tridimensionalidade e com ela resgatar o corpo carne, até então transformado em imagem e espetáculo. Pensando nestas questões, compreendemos que ver não é privilégio do olhar, melhor dizendo, dos olhos. Imagens se constroem de dentro para fora e vice-versa, imagens internas, que, inquestionavelmente, são imagens, são textos produzidos pela conjunção de todos os sentidos, pelo corpo. Imagens são produzidas com o tato, com o olfato (não temos uma memória olfativa?) e com o paladar. Imagens sonoras nos cercam ainda pelo rádio e pelas narrativas orais. Assim, inspirados pelas questões há muitolevantadas por Baitello e Kamper, ainda, pelo filme Janela da Alma, de Walter de Carvalho e João Jardime pelo fotógrafo cego Evgen Bavcar, cremos na possibilidade da produção da imagem fotográfica por deficientes visuais, cuja sensibilidade corporal será capaz de recortar a realidade que os cerca, registrando-a fotograficamente e por meio do audiovisual. Sabemos que, mesmo não podendo confirmar o resultado de seu produto, por meio do conceito tradicional de visão, ele poderá prevê-lo, narrá-lo, confirmá-lo pelo relato de alguém que vê a imagem produzida, ou, ainda, no caso do audiovisual, recriar ele mesmo aquilo que produziu, mediante a audição. Assim, pautado nestas questões, o projeto “O outro olhar – fotografando com o corpo”, nasceu em 2002, sendo realizado inicialmente em Sorocaba, SP, e depois em Belém, PA. Tratou-se de projeto ousado e pioneiro, além de polêmico. A experiência, que na época contava com referências mínimas e nenhuma realização no Brasil, hoje, fez escola, com projetos similares realizados por todo o Brasil e no mundo.Gostaríamos, portanto, de realizar agora, uma nova experiência, um laboratório da produção fotográfica e audiovisual do deficiente visual, acompanhado por videntes, mostrando, mediante os resultados fotográficos e audiovisuais no formato de documentários experimentais, a capacidade sensível de recorte da realidade, por meio dos outros sentidos do corpo, que não o olhar. Queremos partilhar da experiência do “viver no escuro”, mas viver, conceber imagens e saber que há uma realidade à nossa volta. Talvez, assim, possamos compreender melhor o modo particular de estar no mundo, um mundo com outras luzes. Talvez, assim, possamos nos dar conta de que estamos, nós, que vemos tantas imagens todos os dias, cegos. Talvez, com este trabalho, possamos proporcionar uma nova possibilidade de nos enxergar (ouvir, tocar e cheirar) uns aos outros. OBJETIVOS GERAIS
CONTEÚDO/METODOLOGIA Primeira etapa: Palestra aberta à comunidade interessada:
Segunda etapa:
Aula externa. Será realizada uma saída com os participantes, cujo enfoque inicial será realizado com o recorte da realidade em planos mais fechados, de acordo com o alcance particular de cada participante, relativo aos sentidos que queira privilegiar: tato (retratos, detalhes, superfícies); olfato (recortes olfativos da realidade); audição (recortes de sons). Sexta etapa:
Edição e finalização. Nona etapa: Exibição. |
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