Gazeta de Votorantim - 16-02-13
Míriam Cris Carlos[1]
A Teoria da Relatividade, de Einstein, foi
publicada em 1905. Trata-se de um conjunto de teorias científicas, a da
Relatividade Restrita e a da Relatividade Geral. Com a publicação, Einstein conclui
estudos anteriores, envolvendo nomes como Poincaré, Lorentz, entre outros.
O gênio da ciência
relacionou o tempo e o espaço e redimensionou a idéia de gravidade, nunca antes
questionada. O impacto de suas descobertas repercutiu a ponto do cientista se tornar
um clássico que, como todos os clássicos, parece ter se popularizado,
banalizado e distorcido.
A Teoria da Relatividade é bastante
conhecida, mas não compreendida em toda sua complexidade, pois a grande maioria
das pessoas ignora o seu conteúdo, sobrando, de tudo o que Einstein pesquisou, apenas
a frase, esta sim, muito popular, mas que em muito se distancia da complexidade
científica, “o tempo é relativo”.
Que o tempo é relativo é
verdade, ninguém pode negar. Mas isto não tem nada a ver com Einstein, que
também não poderia ser explicado aqui, em 2000 caracteres (e nem eu seria capaz
de explicá-lo em 200.000 ou mais).
O tempo ser relativo é do conhecimento
popular, senso comum, não científico, mas mesmo assim verdadeiro, porque baseado
na experiência cotidiana.
Quem
esperou um filho por nove meses, imaginando como seria o rosto daquele ser,
ouvindo as pessoas dizendo: sete meses, já??? E pensando, sete meses ainda...
sabe que o tempo é relativo. Quem esteve com um amor, olhando estrelas, e
percebeu que o infinito mora num instante, sabe que o tempo é relativo. Quem
esperou o resultado de uma prova decisiva, achando que se passaram milênios, e
o resultado não vinha, sabe que o tempo é relativo. Quem teve de acompanhar uma
reunião indesejada e sentiu que as horas se esticavam, sabe que o tempo é
relativo. Quem ficou olhando o leite que estava para ferver e, ao virar as
costas para socorrer a criança que se aproximava do fogão, viu que o líquido
esparramou como por mágica, sabe que o tempo é relativo.
O
tempo é relativo para quem está doente ou são. Para quem está feliz ou triste. Acompanhado
ou só. Dormindo ou acordado. O tempo é relativo para quem tem pressa e para
quem apenas espera. Enfim, o tempo é muito relativo, porque, no fundo, a única
certeza é a do agora. Aproveite bem seu tempo.
[1]
Professora e pesquisadora do Mestrado em Comunicação e Cultura da Universidade
de Sorocaba – UNISO.
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