1 de mai. de 2013

A arte do Manto em Sorocaba

 Jornal Bom Dia
Fernanda Ikedo 
01/05/2013 - Página 11 - Caderno Viva
 A Oficina Cultural promove ações em homenagem aos dez ano de morte do dramaturgo na memória da cidade

Neste mês diversas atividades serão realizadas na Oficina Cultural Grande Otelo em homenagem aos dez  anos de morte do dramaturgo Manto, como era conhecido. “Ele se entregava tanto em cena que se machucava e só depois de terminar o espetáculo que se dava conta de que estava ferido”, lembra o diretor teatral Hamilton Sbrana sobre a atuação de Carlos Roberto Mantovani. 

A entrada de Hamilton para o teatro se deu em 1977 quando fez uma interpretação na peça “As Feiticeiras de Salem”, na qual Manto era o protagonista. “Depois de trabalharmos juntos neste espetáculo ele me convidou para ser o protagonista da peça dele, ‘Antígona’ (1978). Lembro que os ensaios aconteciam na Facas (onde hoje é o campus Trujillo da Universidade de Sorocaba) e nós apresentávamos nos teatros da cidade, Villares,  Getúlio Vargas e outros”, acrescenta.

Para a coordenadora do Grupo Tutu-Marambá, Cleide Riva Campelo, Manto foi um artista e intelectual aberto e generoso.

Desde o fim do ano passado, ela revive toda  memória afetiva do amigo e do parceiro  para as oficinas “Desdobrando o Manto”, promovidas em abril.

Elas foram uma preparação para a performance “Dobrados para o Manto”, marcada para a próxima terça-feira, às 20h, na Oficina Cultural. “Trabalhamos em cima dos poemas com alguns jovens que não conheciam a trajetória do Manto. Foi inspirador e encantador o resultado, o retorno deles”, explica Cleide que, em 2000, foi convidada pelo próprio dramaturgo para fazer a preparação corporal do espetáculo “As Troianas”.

Manto tinha todas as características de um artista completo. Ele foi um intelectual autodidata, era inquieto, ator, bailarino e diretor. “Ele poderia ter ido embora de Sorocaba, mas ficou e encaminhou muita gente que hoje faz teatro em grupos da cidade ou em São Paulo.”

Para recordar Manto, na segunda-feira, às 19h, Miriam Cris Carlos e Werinton Kermes coordenam um bate-papo após a exibição do documentário “Memória/Mantovani”, na Oficina Cultural. Confira ao lado as outras programações.

Onde?
A Oficina Cultural Grande Otelo fica na Praça Frei Baraúna, s/nº,  Centro. A entrada é de graça. 

Terça-feira, 7, às 20h
Apresentação da performance ‘Dobrados
para o Manto’. De graça.

Quarta-feira, 8, às 18h50
Diálogo com Lúcia Castanho: A obra plástica de Mantovani e instalação artística ‘Corpo’. 

Quinta-feira, 9, às 20h
Sueli Aduan promove ‘Ato Poético: O Dragão que me queima é o mesmo que me salva’, a partir da leitura de poemas presentes nos livros “Escritos Ordinários”.

Sexta-feira, 10, às 20h
O ator e diretor Rodrigo Scarpelli promove ‘Ensaio sobre Histórias Banais’ de Carlos Roberto Mantovani.

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